Armário Branco


Há uma pressa toda ,escondida nos armários!Há uma arma de tiro,
Uma arma pronta dessa pressa do útero e do armário branco;Há uma intriga,uma fome de vida e de alguma saca de  feijão e copos meio vazios!

Dos lugares que passo não cesso,logo moro perto do rio,há um monjolo
De bater sementes secas de girassol e grão de café e trigo;
Há um tinto e algumas taças no armário,mas encobre e fecha absinto;

Há um Porto,um pão de centeio,mais farinha e botija cheia,de azeite!
Ha´essa pressa toda de sair desse canto,mas deixar remos ,alecrins,
E agora fogão a lenha que mandei fazer,pra cozer galinha e pequi,

Daqui,só vendenho vinhas e o lagar,pronto a sair de ti,e não cesso,
Não posso e não quero,insisto  que tu te vás,dou parte das vinhas todas,
Apresento trazendo de um outro lagar,Porto e vinho seco,venderás;

Há uma pressa de mim,uma margem de lírios de rio,atrás do lagar,
Nenhum espanto é maior, que daqui me sustento,e nao me vou,
Falo dos colibris,das cotovia dos ventos,esse tipo de sustento do coração!

Daqui não sairei,proponho que leves as jóias de família ,e as economias 
Do criado -mudo e das vinhas ofertadas,nenhuma mobilia de jacarandá
Ou cedro levarás,presto que desato canoa,quero remar,bate porta,

Feche as janelas,mandarei dono da venda buscá-la e as malas,
Me traiste a vida,pisaste na honra,não respondeu aos lençóis!Qual era o
Nome dele?Abel,Joaquim ou Jõao?!Bate porta,sóquero dormir ao voltar!!
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 27/06/2019
Reeditado em 27/06/2019
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