Coração sem pátria
Meu coração é uma barragem
cheia de metais pesados,
arames farpados,
fios desencapados,
rejeitos de minérios.
Sou sujeito ao tempo
sujeira,
sufocado por memórias,
Obcecado/obsoleto/reacionário,
um crânio cheio de mistérios.
Meu coração é barrado
a todo átimo,
por toda aorta jorra
a joça da vida,
sou uma ferida
prestes a ir pro necrotério.
Meu coração ao invés de sangue
sangra chumbo, mercúrio, sonhos
ferro.
E quando a água dos olhos
não suportam mais
a lama que invade o coração,
o mundo me rejeita
eu viro rejeitos
neste nove fora zero/ilusão.
A barragem se rompe e transborda
ego a baixo sem sirene,
aviso prévio, solidão,
Destruindo tudo,
toda forma de vida no caminho
por mais um pouco de minério
sem um tostão de compaixão.
aBel gOnçalves