Sou um sobrevivente do holocausto urbano\ inconformado ao extremo com a realidade hostil em que vivemos.
Sou anarquista/socialista/comunista/agnóstico/ Sou as ruas frígidas do Capão Redondo.
Sou metade sertão/metade asfalto/ guardo um oceano de incerteza debaixo desse casaco preto chamado pele.
Sou profundamente frustrado por não saber cantar.
Cultivo silêncios/me casei com solidões caóticas/Sou graduado em matar esperanças.
Adoro prosopopeias/e consigo arrancas metáforas de pessoas levianas.
Meu maior desespero é morrer poeta/E o meu maior abismo é escrever poesia.