A última parte da menina do balanço


Inverno levou a cama,o cio,o rio e remo,e a infância!
E mesmo de prazer de tanta noite assim,se fez mais frio;
Ela sem naco de carne,temeu crescer,dela a mesma busca,
O mesmo chão,a mesma gula,a mesma fome,menina cresceu!

Soube que as pedras também sangram quando de mulher se é fêmea!
Uma outra prece,outro andor,outra busca,outro passo que transige!
Talvez compreendeu a vida,outra caminhada selada,e sentiu-se ferida;
Lá longe deu passo de dança e andou,dançou,chorou,faliu,e sorriu!!

Hoje muito mais velha se cansou,esqueceu o balanço,a dor e o andor;
A menina do balanço se encheu de chitas,hortas e coisas da casa,e cresceu;
Era moça formada,subia e descia morro e de sábado arriscava um samba !!

Hoje muito mais fêmea,não quiz ventar e se comprometer de amor;
Subia e descia morro,as veses punha saia branca e a tez mostrava morena!
Desse inverno,quiz de volta remo,caneta,escrivaninha,e de armas, suas botijas!!


 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 21/06/2019
Reeditado em 21/06/2019
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