Feira da lua
Enquanto a vida dança,sou subnutrido de palavras:
Algumas rotas,outras cançadas,mas são palavras,indigestas até,
Mas amo sentí-las,quão enormes são,as palavras,
O quanto a palavra não é!! Enquanto é dágua!
Mais que essa pedra esculpira,atravessa a carne,desmonta o véu;
Meu amor delas sucumbiu,escapou das loucuras de ouví-las,
E eu de me perder delas,deixei-te a sabê-las de mim,toda a dor;
Sobra sempre a gula de apanhá-las,pra gerar calor,e mata a erva ,o viço!!
Desisti,as que sangrei,tinha as modulações da língua,as comi todas,
Eram mais amargas que teu corpo doado,tantas falas de ti,molhadas;
E não as podia expô-las no varal da casa,não as tirei dos escombros,
Eram nobres ,apartadas do nosso leito,e as roçavamos,pra ser mais que nódoa,
Cada letra um lamento humano,éramos dos átomos determinadas delas,
Nunca sámos,nos exilava,dava talhe,e vimos acriação tinha falhado outa vez!!