O Cabelo de Bárbara


Nesse desagrado de partir,minhas verdades eram secretas;
E eram mais avassaladoras, sem que até o dia corria do seu fruto;
E morri mil vezes quando ela chorou,e se foi,e era a tarde,Junho!

E sendo assim mesmo junho,chorei o que dela ficou,e me fiz dela repelida;
E sem casa comprei barraco de zinco da esquina do morro,e era amarela;
Coloquei vasinho de jasmim e alecrim na janela;Se ela visse sorriria !

Mas quando medi a vez de que a esquina se daria,vi bar e canto de pandeiro;
E ela cresceu em mim,e me senti feliz deixou chá cidreira,xícaras minhas todas!
E quando li em papel de pão,morri-me dela,horas todas além,morreu sol !

E quiz me levantar,queria ver todo o zinco e as portas do barraco,quiz a janela;
E a vendo Maria,chorei o que chorava Drummond,Maria que chovia;
E chorei tudo que podia dela,o esquife,aquí,pelo que dei de vinhas,verso negro!!

 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 08/06/2019
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