SILÊNCIO
Falo pouco,
Muito penso.
Nado em rio turbulento,
Durmo nos ardis do vento.
No silêncio, a dor declarada ;
Na voz, a pausa alada.
Entre as folhas do livro rasgado,
As garras de unhas precisas;
No toque do choque em surpresa,
O arrepio de curvas em brisas.
Se quero o frio da tarde,
Se soluço a tristeza inventada,
Não hei de cobrar de ti
A chaga que em meu peito arde.