Amendoeiras
Me perguntaram uma vez,porque as coisas doem;
Nunca soube porque as coisas doem,as sinto mais que as vejo;
Mas sempre lamento uma semente em mim,talvez de germinar,cesse a dor!
Porque as coisas doem,todos janeiros e jardins tenho,mas as coisas doem;
O exílio talvez,ou falta dele,pois de cerco,doem mais que estar só,
Mas as coisas doem,e de tanto me doer,fiz poesia crescer em mim,e ainda doem!
Sem resposta,ou de sabêla de instinto,tudo dentro de mim as coisas doem;
O que se pois de pé doem,o mesmo alvoroço,o mesmo verso, as coisas doem,
O mesmo aceno,e indeclináveis amores,e ingrimes ,as coisas ainda doem!
Sendo assim,dei-me desse ofício,pra que tenha razão pras coisas que doem;
Não contestá-las talves sare,não mais as penso,e a terei como linguagem;
Nunca saberei porque as coisas doem,não explicá-las é lindo,no mesmo aceno!!