Não: nada quero, nada vou querer.
Só o silêncio, que me dói saber
Que nada sou nem quero, me vem dar
A sensação de nada desejar.
 
Bem sei: há rosas em jardins de alguém;
No alto do céu a lua brilha bem;
O amor é jovem sempre, e o fado mudo.
Mas nada quero, pois negar é tudo.
 
Talvez que noutro clima de mistério,
Sob outro signo de outro ser sidério,
Se me abra a porta ou se me mostre a estrada…
Neste momento só não quero nada.