SOCORRO
Salva-me de eu ser quem sou.
Salva-me de eu, falando a própria voz,
Entoar o canto curvo no caminho em que vou!
Em que canto as agruras do corpo,
Tão resumidas em preces e uivos,
A descida da folha ao solo?
Ataco com unhas falsas as ameaças
Ataco, com pulsos falsos, o curso do rio de afogar.
Salva- me do momento!
E salva-te a ti mesmo ,
Com asas e gritos e dores...
Mergulha no desenhar tão pouco,
Aberto mar rouco,
De luz desmaiando,
Entre vaias e vivas
e temores!