Vaidade
Vaidade
Enquanto frágeis infantes,
Morrem à míngua nas ruas,
Lamentais as rugas,
Que vos crescem nas faces.
Enquanto exaustos adultos,
Curvam-se ao peso da lida,
Chorais pelos trajes,
Que não vos servem nos corpos.
Enquanto alquebrados idosos,
Consomem as forças nas filas,
Reclamais o repouso,
Que vos roubam as academias
Não vos importa o preço que pagais,
Nem o tempo que perdeis,
Nas lojas e salões,
Em que a beleza vos é vendida.
Não vos importam os infantes,
Os adultos,
Os idosos.
Não vos importam as ruas,
A lida,
As filas.
Nada vos importa,
A não ser,
Vós mesmos.
Vil é o vosso ego,
Mas, vã é a vossa vaidade.
Pois, como tudo na Terra,
Da vida vos desfareis,
E ao pó regressareis,
Sem nada de belo levardes.
Hebane Lucácius