QUESTÃO
Sobre quem sou ou para quê
ou de que estou feita,
Desenham no papel amassado,
Como ondas,
A figura, rascunhada e insegura,
Que parece em si mesma pontilhada.
Mas é sombra a minha aura caminhante,
É murmúrio meu soar itinerante,
É arrepio a minha pele arranhada,
É luz pequena minha boca sorridente.
Isso cerca o jardim exposto em praça,
Isso aflige o silêncio ruim da tarde,
E eis que a noite em tintas coloridas,
Ressuscitará minha aparência ociosa,
Que, para florir sob cardos macios,
Brilhará sob sólidos e fugazes frios.