DEFINIR-ME?

O que direi de mim...
Do que sou feita?
De tristezas?
De risos?
Euforias?
Melancolias?
Loucuras?
Não creio que consiga me definir facilmente
Nem mesmo que o deseje faze-lo.
Sou feita de vida
Do fio que tece a renda do tempo
Dos infortúnios, dos destinos, das escolhas
Dos passos que dei
e das estradas em que fiquei.
Sou mais que pensei vir à ser
e sou menos do que poderia ter sido,
se realmente o quisesse ser.
Gentilezas bem poderiam me definir,
mas não definem, posto que bem posso ser cruel
quando em minha razão 
... Às vezes razões descabidas
Exageradas.
Mas é o que sou
Sou a incapacidade de me definir
À cada percalço
À cada beijo
À cada aperto de mão
ou carícias em minha alma ambivalente.
Sim, ambivalências poderiam também me definir,
mas não definem.
Sou demasiado verdade 
Todos os meus paradoxos terminam em verdades
Nunca sou metades
Nunca...
Se eu fosse me definir me definiria por amor e poesia
Mas sou humana por demais para ser só " Amor"
e a " Poesia"...
Ah, a poesia é vasta demais para ser eu!