PEQUENEZ
Inda que não baste a voz, o lamento, o choro;
Inda aue o dia seque, a fome arda e o sol queime,
Inda que a mente crie, o sonho viva mas não brilhe o ouro,
Quero a vida,
Vida sem esquinas, alimento, atrevida.
Algo há que mudar no árduo do dia,
O calor feroz, a água podre, o ar ácido.
A estrada torta vai indicar,
Sem placas, sem setas, sem rotas,
O melhor caminhar.
E nada é preciso,
Nem nota, nem crença, nem fé.
Apenas o olhar cego, a boca insípida,
A narina fechada, o ouvido mouco,
A pele anestesiada no momento ampliado mas pouco!
Assim a estrela brilhará
E, destruindo,
Um novo hausto criará!