ESPANTO

Pois que guardo o calar dos lábios,

A mente faça seu trabalho,

O estranhar cavalga incerto rumo

Perdido entre o ontem e o agora.

O rio de terra, as mãos da água,

O fogo inteiro, os amargos lábios,

Sem palavras verdadeiras

A narrar ou descrever os desesperos

Do corpo, da alma, dos sentidos atos,

Pulverizados em água lacrimosa,

Gotejada na tristeza uma a uma.

Sei, não sei,

Estou tomada de estranhas dores,

A vida simples que sonhei, criei,

Na encosta cara resvalou,

E pétrea, brilha ao sol.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 10/02/2019
Reeditado em 22/02/2019
Código do texto: T6571228
Classificação de conteúdo: seguro