ESPANTO
Pois que guardo o calar dos lábios,
A mente faça seu trabalho,
O estranhar cavalga incerto rumo
Perdido entre o ontem e o agora.
O rio de terra, as mãos da água,
O fogo inteiro, os amargos lábios,
Sem palavras verdadeiras
A narrar ou descrever os desesperos
Do corpo, da alma, dos sentidos atos,
Pulverizados em água lacrimosa,
Gotejada na tristeza uma a uma.
Sei, não sei,
Estou tomada de estranhas dores,
A vida simples que sonhei, criei,
Na encosta cara resvalou,
E pétrea, brilha ao sol.