A taça virada
Já as horas escorreram,
E daqui a pouco se irá o dia,
E que terei feito neste tempo além de tentar matar a minha sede?
Onde estás tu, taça celestial,
Que não te encontram os meus lábios,
Nem a luz alguma consegue te iluminar?
As folhas esvoaçam,
O silêncio geme pelas esquinas,
E tu, tu que tem a taça e te escondes
Talvez não saiba,
Mas não te ter é a pobreza da alegria...
Quantos tempos morrerão
Até que te enlace o meu desejo
E finalmente nos possamos embeber,
Em segredos curvos, até
Caírmos exaustos junto a taça virada?