COISA
Vejo em mim,em ti, em tudo que há,
A letra mal desenhada do quase tudo,
do nada.
Dendém, vem...
Prepara o fogo na terra,
Escorre o óleo no candeeiro,
Ilumina meu caminho, Dendém!
Sem teu pouco de calor,
Minhas mãos ficam inertes,
E, frias, não conseguem desenhar o dia,
E, Dendém, ficarei nesta noite?
Deixa de meus dedos crescerem flores!
Quem sabe, Dendém,
a primavera
trará mais abelhas
e o mel untará nossos lábios cruéis!
Dendém, dá à ida e à lida
O sentido da volta,
Que criará na rota,
O sentido do dia.
Dendém,
Também
Para a vida,
Para a coisa incompreendida,
O amém!