De Amar

De Amar

Não sou homem,

De estação.

Nem artigo,

De coleção.

Não cultivo prazeres,

De ocasião.

Nem sentimentos,

De aluvião.

Não posso,

Pensar.

Nem tampouco,

Falar.

É o amor,

Quem fala.

E pensa,

Por mim.

Por isso,

Dá-me de amar!

Porque é no amor,

Que vivo.

É nele,

Que me movo.

Porque, sem amor,

Agonizo e morro.

Qual se agoniza,

De sede.

Qual se fenece,

De fome.

Dá-me!

De amar!

Faze-me amante!

Antes do amor!

E far-te-ei anjo,

Antes da morte.

Hebane Lucácius