Versos ao Vento
Caminhando pelo tempo
Sem aflição nem lucidez,
Deixo minhas mãos ao relento
Colho flores de viuvez.
Ao largo os barcos
Bem perto se veriam.
E era como se fora cascos
Cavalos de cercania.
Que nada se assemelha
Ao raso pouso de um Açor,
Senão um outro que venha
Falar-nos de seu amor.
Menina bonita,
De flor ao peito,
És ainda mais bonita,
Adormecida no leito.
Vaguei-o sem parar
Caminhando caminhos.
Até quando vou caminhar?
Quantos mais os caminhos?
Ah, que sabe o poeta!
Um louco apaixonado,
Com ranhuras de espoleta
E na boca o cigarro.
Jorge Humberto
27/10/05