ESTRANHAMENTO
Apanho tanto de tantos desmaiados ardores,
Quase dos quase animados brilhos.
No lado do sonho, grita a imagem absurda.
Limpa-se a sujeira com a pele usada.
Torci o pano, expulsei os insetos,
Passei e passei os lençóis,
Mas a fronha restou amassada.
Então minha cabeça de sonho
Adentrou a escura caverna,
E viu lá fora as sombras
Cultuadas como ideias.
Nada importa.
Revoltaram-se as cerejeiras,
Em semi ou tom diverso,
Escandalosamente
Desenham no ar falsificado
Suas cores lindas, verdadeiras,
Dignas do fim do reinado,
Dignas da cantiga mais triste,
De agora, de ontem e de mais nada