Criação

Meus versos, minha poesia

Não me pertencem:

Faço-me instrumento

De vidas alheias

De alheios sentimentos.

Sento-me no Banco da Vida

E transcrevo o grande poema

Dos homens

E dos deuses!

Minhas linhas são minha efígie

No anverso e reverso

Da moeda do tempo;

Crio vidas já nascidas

Sou senhor de alforriados

Pastor sem rebanho.

Meus versos, minha poesia

Não me pertencem:

Sendo a vida luz

Sou iluminado

E ilumino

Por minha vez!