FLORA

Semente escondida na terra,

Encolhe-se curvada.

Nem orvalho, nem geada,

nem chuva a alcança,

Talvez o vasto do nada.

O cardápio venenoso

Abre-lhe os braços

Aveludados e quentes,

Úmidos de vida.

Olhar indiferente,

Vislumbra o desastre.

De costas para o feitiço,

Retrai o abraço,

Fecha os olhos,

Mergulha na alma,

No coração pontilhado,

À espera do artista,

Que desenhe seu destino,

Que complete o desenho

De seu desejo rascunhado.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 05/10/2018
Reeditado em 06/10/2018
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