SIM
Sim.
Que seja tudo assim.
Na minha teimosia, contudo.
Que a estrela brilhe opaca,
Que o rio corra sujo,
Que as mãos ganhem o longe,
Que a vida não tenha razão
E que seja assim tão rouca!
Basta que o calor seja o sol,
Que a música preencha minha alma,
Que tudo tenha calma
Para acolher a desgraça , o infortúnio.
Tudo será revirado, transtornado, acabado,
A luz sem norte, sem sul
Acabará no vale profundo do nada,
Em cova forjada na noite calada.
Não ficarei aqui,
À merce deste rosto colado,
Enfrentado a risco de carvão
No inferno forjado.
Paro, não defronto, resisto,
Busco outra vida, persisto,
Na linha reta do incerto,
O avesso do aberto,
A voz crua do tom certo!
A voz nua do incorreto!
A chaga sangrenta
De meu peito aberto!