A sétima arte*

Havia um menino que instrumentos não sabia tocar

E, por mais que se esforçasse, não sabia cantar.

Dançar, nem de longe se atrevia!

Nos saraus, poesias, só ouvia.

Desenhar uma casinha, até sabia, mas, pintar, nem pensar!

Do barro, do gesso ou da madeira à sua frente

Por mais que tentasse, e apesar de sua cultura

Não se produzia nenhuma escultura.

E, como pequeno ainda era, nem cursava Arquitetura!

Todavia, dentro dele havia um algo mais

Que, desta forma, o tornava mais capaz

E assim, convidando seus talentosos coleguinhas,

Um que tocava, outro que dançava e poesia declamava

Outro, ainda, que na madeira esculpia

E ainda outro que, com concreto, era um hábil arquiteto,

Resolveu todos e tudo juntar e algo diferente experimentar.

Com uma câmera na mão, sem receio, sem temor,

Escolheu, dentre eles, um dançarino, um cantor e um ator

Atrás e no teto, para o cenário, chamou um arquiteto.

Num canto, com um sinal, ouviu-se a música, afinal.

E o menino, com sua câmera, filmava e se deleitava

Porque, finalmente, descobrira qual era, na vida, a sua parte.

Ele não era, desta forma, um estranho ou de Marte

Encantado e encantando, descobrira... a sétima arte!

Assim, desta singela historinha, crianças e adultos,

se vocês quiserem sentir encanto, saiam de seu canto

Não fiquem num dilema, e busquem a magia...

A magia do cinema!

* Poema escrito especialmente para evento da Academia Votorantinense de Letras, Artes e História (da qual fui membro até setembro de 2017), com o tema: A Sétima Arte