O derretimento do sonhos
Amei em ti
Aquilo que em ti coloquei
E me afastei e adorei de longe
Aquilo que eu quis que em ti tivesse...
E enquanto te amei
Assim sem amar-te
Te esperei no limiar da esperança
Mas tu jamais veio...
A parte que em ti não era aquilo que eu mesmo criei
De tanto querer ser sem se fazer naquilo que eu amava
Tentando se apossar daquilo que ninguém pode ter
Eis que acabou por criar o abismo do afastamento,
Sem pode, só estranhamento,
Cansaço,
Desvontade de amar, de querer, de dialogar...
Ah, essa parte que pensou se importa,
Me fez apenas querer deixar de criar
E por em ti
Aquilo que eu gostava de amar...
Ah,
É como uma morte,
É como um balão solto,
É como uma folha que se soltou...
Eu não tenho raiva,
Nem desejo o mal,
Meus olhos continuam brilhando,
Vendo no escuro que se abriu
Não uma tempestade que vem para destruir,
Mas o raio que veio renovar...
Não digo adeus,
Não digo nada,
Apenas ouço,
Ouço tudo,
Toda a composição do silêncio,
O choro e a sinfonia
Que singram no
Derretimento dos sonhos...