JARDIM
Para sempre isolada,
no quarto, na fronteira, na jgreja,
rezava por horas,
vazia de intentos,
quebrada.
Então o anjo chegava
e, voraz, a atormentava.
Na nave, o som se perdia
e, de repente, a atingia
com balas redondas de nada.
Em milagre, o anjo do anjo
abria as asas do dia
e silencioso a levava
para o dentro da alegria!
Velas acesas, incenso,
caminho verde, estreito,
música sacra embalando
seu coração sujeito.
Mas a alma explodia
por não saber o rota,
por desviar das pedras,
por encontrar o que ria.
No fim do fim,
ali na ribeira de luz,
Ela encontrava o caminho,
na direção apontada
Que desenhei e pus.
Tudo invenção,
tudo raso alarde:
apenas uma rosa desafiando
a solidão da tarde.