JARDIM

Para sempre isolada,

no quarto, na fronteira, na jgreja,

rezava por horas,

vazia de intentos,

quebrada.

Então o anjo chegava

e, voraz, a atormentava.

Na nave, o som se perdia

e, de repente, a atingia

com balas redondas de nada.

Em milagre, o anjo do anjo

abria as asas do dia

e silencioso a levava

para o dentro da alegria!

Velas acesas, incenso,

caminho verde, estreito,

música sacra embalando

seu coração sujeito.

Mas a alma explodia

por não saber o rota,

por desviar das pedras,

por encontrar o que ria.

No fim do fim,

ali na ribeira de luz,

Ela encontrava o caminho,

na direção apontada

Que desenhei e pus.

Tudo invenção,

tudo raso alarde:

apenas uma rosa desafiando

a solidão da tarde.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 15/08/2018
Reeditado em 07/09/2018
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