ADIAMENTO
Quem dirá que a poesia adia a luz,
borra a cor do brilhar do dia?
Quem , com qual coragem,
dirá que a poesia se acovarda
dentro da violência e agonia?
Poesia...jardim de lírios?
Poesia...amor cortado
com tesoura de aço afiado?
Silêncio...o murmúrio chora amargo,
pela dor, pelo mal querer do mal sentir...
Presa, a voz canta o futuro..
Na realidade do desejo maduro,
acolhe nas mãos o fazer arado,
na verdadeira aragem,
na verdadeira plantação
de esperanças cantáveis.