VOO

A vida é plana,

mas o durar se curva de si para si.

Os penares agudos

creem nas lágrimas,

mas não têm fronteiras,

estendem-se para o por do sol

por nasceram na alba.

Dormirão no multiplicar do tempo

tão curto e longo, rico e pobre.

E estarão em vigília

no dobrar da pálpebra.

E caminho

na escultura fria e indiferente

da tarde.

Nem sol, nem lua...

Nem cor, nem escuro...

Nem perfume,

Nem rumores,

assim inertes ,

os pés esquecem

os buracos e pedras do caminho

e voam livres e sozinhos.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 09/08/2018
Reeditado em 09/08/2018
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