POR SI

Não esperarei a mão suave ,

O doce retorno, o soar risonho

de meus dias neutros:

esse céu colado, essa noite clara,

esse nó esperado, prestes a desfazer-se.

A rota traçada em voz falsa e dura,

O encontro breve em momento leve.

É o caminhar exausto, pouco e doloroso

Da jornada longa e por si só pesada.

Quero a presteza do inútil passo,

a cor desmaiada da tarde inocente,

O sabor insosso da reta cumprida,

O odor suave do calor ausente!

Sei que quero nada.

Destas mãos atadas,

quero o esquecimento.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 04/08/2018
Reeditado em 07/09/2018
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