LUGAR
Olhar turvo,
fecha as pálpebras esquecidas de amar,
abranda a luz de teus quereres escuros
para o dia de hoje!
Lugar do nada,
do nem sonho, nem anseio, nem suspiro,
ergue a palavra de braveza,
decompõe o desejo de emudecer,
Escravo da lavra brava,
cravo cravado na lâmina.
Cria uma pouca de voz verdadeira.
Conduze o sangue da vontade que , de soberana ,
tem nas mãos a calma.
e, de calma, alarga-se insuportavelmente segura,
pelos ares e vales
da paisagem indecentemente bela.
A morte apaga o toque na pele,
e o aceno do adeus,
acolhe o ocaso,
fluido,
impreciso,
rabisco diluído!