Loucura

Loucura

Rego a flor de plástico

sopro o sopro do vento

converso com o silêncio

pinto de negro a escuridão

sei sim que sou louco

até sei amar de verdade

até mando carta de amor

só posso estar maluco

sei sim que sou insano

até penso que lábio é pétala

até penso que pele é seda

e ternamente acarinho

tão louco eu sei que sou

que na minha fome maior

guardo-te o maior pedaço

entrego-te o copo inteiro

deixe que a loucura me dome

eu voo por que tenho asas

e tenho a alma tão pura

e isso não é loucura?

Rangel Alves da Costa

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