TARDE
Quando a tarde vem e o dia vai
Se esvaindo em tom prateado
A vermelhidão do arrebol
Traz-me um sentimento alado
Ele que voou para outros cantos
Quando a aurora se fez presente
Volta sorrateiro se esgueirando
Nas ruas tortas da tarde dolente
A angustia é vento que sopra
E vai destruindo tudo
Cacos de ânimo perdidos
No vendaval do meu mundo.
E a tarde é o rugido triste
Dos monstros dos meus temores
Os medos escondidos se mostram
Tarde do frio, da angustia dos horrores.