A VOZ DO MEU SILÊNCIO
Quando calado, ouço dentro de mim,
Palavras que gostaria de dizer,
Entretanto, não consigo exprimi-las,
Pois a angústia sufoca minha voz.
E elas se perdem no meu interior
E ficam alojadas, reprimidas,
Maltratando e aumentando minha dor!
Mas é no silêncio que me ouço, sem falar,
Pois é quebrada toda minha inibição,
Ao saber que ninguém vai escutar
O desafogo que me sai do coração,
Sem censuras, sem reprovas, afinal,
Porque eu que falo comigo mesmo,
Num desabafo, verdadeiro e total!
E neste monólogo, sem emissão de som,
Onde as verdades são ditas claramente,
Sem disfarces, sem retoques, ou molduras,
Apenas relatando o que a alma sente,
Numa versão, totalmente nua e crua,
Na busca para encontrar minha verdade,
Somente ouço a voz do meu silêncio!
Ilha Solteira/SP
17/07/2018 – 15:17h