Vida vaqueira

Vida vaqueira

Bom dia sertão adiante

o galo nem bem cantou

e já levantei num rompante

a obrigação me chamou

e da luta sou seu amante

cavalo relincha a vida

roupa do homem é gibão

na oração a despedida

nos caminhos do sertão

pegar rês mais atrevida

o facheiro é meu irmão

cantando aboio e toada

os sonhos vão no bornal

catingueira já quebrada

pelo romper do animal

a rês na encruzilhada

o passarinho deu sinal

em correria o alazão

espinho lanhando a face

não há dor nem aflição

o sangue como disfarce

e a novilha pelo chão

na vaqueirama o desenlace

de vida vaqueira eu sou

de rosto todo lanhado

na vaqueirama um dotô

na fé meu anel dourado

assim sou feliz sim sinhô

vivendo a vida de gado.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com