MIL
Qual flor,
quanta flor!
Quanta flor!
Qual flor estão teus olhos?
Por que desde a noite floriram
as cores de tua face coberta?
Despertos, os sentidos
ouvem, comem, suspiram,
tateiam as ondas,
claras, absurdas
desses teus amigos olhos que não veem mais nada.
Por aqui ela nunca irá,
no agora só verterá
essa pouca de lágrima rara,
tão salgada quanto cara
como ostras grudadas
em pedra dura que medra
nos visgos deste mar amplo,
amplexo justo,
lustro do que não sabe
e que, por isso,
arder não arde,
e que nunca viverá!