REFÚGIO

Dia branco,

noite escura com lua no céu.

Tudo natural.

Não para qualquer dizer,

exceto bom dia, boa noite.

Esmeraldas falsas na mesa,

na tarde que arde ausente.

Não há bombas, não há pedidos.

Mãos cruzadas rejeitam.

Todas as artes se reúnem

e denunciam .

De outro lado,

luas explodem.

À deriva vagam nas ondas

os cascos de noz

procurando guarda.

Desenhos de mãos no jornal

estendem-se,

cortando verticalmente

o globo.

Meu olho, teu olho, seu olho:

Luz que, cega, desautoriza qualquer estar...

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 04/07/2018
Reeditado em 08/09/2018
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