" O Taxidermista"

OTaxidermista

estranhas entranhas sangram calmas

uma víscera vomitada se vinga

a tripa trama um trauma na alma,

o relógio lógico do neurônio pinga,

horas de medo azêdo e tortura

veias engarrafadas ,ruas de gordura;

e a retina!

e a retina!

Cretina filma a vida;

o osso atravessado na garganta

Amores presos na gravata

bisturi, por favor!

Que estrago!

Um trago, pelo amor...

A navalha, à flor da pele,

a palha calha bem no coração

não atrapalha a visão

capricha na cara de pau

pega o sapo no quintal

toma um banho

lava as mãos,

tonto, costura os olhos

esquece melanomas e dívidas

distrai o sonho,

pega um atalho

segue a vida

para outro dia de trabalho!