Sou a incógnita da incógnita

Sou a rima que Drummond não buscou para inserir em seus novos rumos ao Modernismo.

O soneto que Florbela Espanca dispensou.

A nuance que Da Vinci nem arriscou em suas obras.

Não tente me entender!

Não sou a fidelidade tão rebuscada que Vinícius de Moraes escreveu e sonhou.

Talvez eu tivesse despertado a atenção de Salvador Dali ou Van Gogh, sei lá...

Quem sabe Tarsila do Amaral conseguisse em uma obra sua registrar o meu eu.

Ou até mesmo que discretamente eu tivesse feito parte da Sinfonia poética de Raimundo Correia.

E como Auta de Souza tento elucidar os meus dias, porém ao contrário dela trago em meus escritos muitas vezes uma antecipação de querer agregar paz, alegria e novas esperanças a minha vida tão nefasta e assim ausentar qualquer sequela de tristeza.

Mas é Fernando Pessoa que talvez conseguisse me descrever com exatidão, quem sabe em seus heterônimos ou até mesmo criar um próprio bem ao meu estilo e maneira de ser, pensar e agir.

Sou assim essa incógnita da incógnita.

Eis ai a questão ser ou não ser, assim diria Shakespeare.Quem sou eu?

Acho que nem mesmo Freud me explicaria.

Giovânia Correia
Enviado por Giovânia Correia em 03/07/2018
Reeditado em 04/07/2018
Código do texto: T6380045
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