Se eu fosse ouvir Drummond
Se eu fosse ouvir Drummond e seus conselhos
no que concerne à poesia
não falaria de amor
ou de qualquer outro sentimento;
Não falaria de dor
porque seria uma rima patética
nem seria arte poética.
Não falaria do corpo, dos joelhos,
dos males que sofre, dos artelhos...
E de pentelhos, não! Porque seria
falar de sexo nas entrelinhas...
E isso não seria poesia!
Que se dane Drummond e seus conselhos
porque a poesia carece ser viva
como se vida própria tivesse...
A poesia que não ama e que não clama;
a poesia que não ri ou que não chora;
aquela que não luta, grita, agita
é uma poesia vazia, vegetativa...
Não é palavra viva;
é só poesia concreta...
É a palavra que vegeta!