Se eu fosse ouvir Drummond

Se eu fosse ouvir Drummond e seus conselhos

no que concerne à poesia

não falaria de amor

ou de qualquer outro sentimento;

Não falaria de dor

porque seria uma rima patética

nem seria arte poética.

Não falaria do corpo, dos joelhos,

dos males que sofre, dos artelhos...

E de pentelhos, não! Porque seria

falar de sexo nas entrelinhas...

E isso não seria poesia!

Que se dane Drummond e seus conselhos

porque a poesia carece ser viva

como se vida própria tivesse...

A poesia que não ama e que não clama;

a poesia que não ri ou que não chora;

aquela que não luta, grita, agita

é uma poesia vazia, vegetativa...

Não é palavra viva;

é só poesia concreta...

É a palavra que vegeta!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 26/10/2005
Código do texto: T63692