Língua
Oh majestosa língua
Que mal suponho roçá-la
Entre sobejos morná-la
Não me deixeis à mingua
Nem por via de mandinga
Num refrão de pensamento
Ousei debelar o tormento
Da sede por tua moringa
Que sal em carne estendida
Arderá em sonoro paladar
Oh libidinosa vens degustar
Esta alma imersa em saliva
Quase sou digno da pena
E de pena em pena cativa
Afivelado em tua prerrogativa
Nestas tuas ancas serenas
Língua que em ti plantando
Por certo, em versos nos dá
E costuma em lágrima regar
Quem já te colhe pranteando
Língua de tez azul turquesa
Aveludada, morna e terçã
Abre-alas de arrebóis e manhãs
Minha adorada língua Portuguesa
Carlos Roberto Felix Viana