MUTAÇÃO
Para não ouvir as vozes no escuro,
acendeu o pouco lume
e colocou na porta a pausa.
Sob a fumaça baixa,
o irreal piscou na terra viva.
Quer queira, quer não,
Ninguém foi embora
Ninguém foi na hora!
Tudo restou doente
sob os curadores
da bandeira branca:
a coberta tecida.
Ai, ai, bem-vinda,
manhã rala, pequena,
com braços magros
para a dor .
O caminho é neutro,
indeciso.
Todo corte sangra,
a taça de vinho transborda!
A garganta anula o gole e
tudo é água:
no rio, no mar,
em nosso suor salgado.
Tão gotejado,
tão quieto,
tão em si mesmo fechado!
Tudo simples, redesenhado!
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