MUTAÇÃO

Para não ouvir as vozes no escuro,

acendeu o pouco lume

e colocou na porta a pausa.

Sob a fumaça baixa,

o irreal piscou na terra viva.

Quer queira, quer não,

Ninguém foi embora

Ninguém foi na hora!

Tudo restou doente

sob os curadores

da bandeira branca:

a coberta tecida.

Ai, ai, bem-vinda,

manhã rala, pequena,

com braços magros

para a dor .

O caminho é neutro,

indeciso.

Todo corte sangra,

a taça de vinho transborda!

A garganta anula o gole e

tudo é água:

no rio, no mar,

em nosso suor salgado.

Tão gotejado,

tão quieto,

tão em si mesmo fechado!

Tudo simples, redesenhado!

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Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 07/06/2018
Reeditado em 29/11/2018
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