A um abismo de ti

Quantas vezes a vontade vem de te dizer

É tantas vezes que tenho que me silenciar,

Mas só as palavras verbalizadas,

Os olhos ansiosos,

Porque onde não se pode ver

O verbo em sua forma pura, carente de fonemas

Pulsa na agonia que é a solidão de ti...

As músicas que nunca existirão silenciam,

São vibrações energéticas que me derrubam,

Não o corpo, que preciso cumprir com deveres,

Mas a vontade de descobrir o brilho do mundo,

A esperança de que um dia tudo vai se ajeitar...

Ah, Querida, onde estiveres a sorrir com o brilho de tua alma,

Aí também era para eu está...

Mas cá me encontro, amiga minha,

A um abismo de ti,

A deafazer-me todo em vontades que não se podem

Consumar...

Amiga de minha alma,

Eu vejo a noite,

A noite, minha amiga, a noite de todas as coisas...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 03/06/2018
Reeditado em 29/10/2022
Código do texto: T6353960
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