A um abismo de ti
Quantas vezes a vontade vem de te dizer
É tantas vezes que tenho que me silenciar,
Mas só as palavras verbalizadas,
Os olhos ansiosos,
Porque onde não se pode ver
O verbo em sua forma pura, carente de fonemas
Pulsa na agonia que é a solidão de ti...
As músicas que nunca existirão silenciam,
São vibrações energéticas que me derrubam,
Não o corpo, que preciso cumprir com deveres,
Mas a vontade de descobrir o brilho do mundo,
A esperança de que um dia tudo vai se ajeitar...
Ah, Querida, onde estiveres a sorrir com o brilho de tua alma,
Aí também era para eu está...
Mas cá me encontro, amiga minha,
A um abismo de ti,
A deafazer-me todo em vontades que não se podem
Consumar...
Amiga de minha alma,
Eu vejo a noite,
A noite, minha amiga, a noite de todas as coisas...