Ruas Vazias Ao levar meu pensamento pela estrada Posso ver qual miragem a tua face pálida. Pela pista gélida e solitária caminhavas, Vinhas a passos perdidos a arranhar as botas. A página do calendário parecia veloz e fria Enquanto o silêncio engolia os ponteiros. A lua abandonou a noite e veio o calor do dia. A luz do sol chegou a tocar teus cabelos. Segredos não apagam histórias e elas Não mais estão nas pontas dos dedos. Os grãos de areia contabilizaram os anos A apontar os desencontros nas ruas vazias. Quem sabe às ruas vazias voltem a trazer A primavera das calçadas portuguesas A loucura da juventude, sem apagar as linhas Do que eu vivi de verdade ao ti ter.