APENAS HUMANOS

Tenho medo é dos bons, que se adoram por isto,

que se vestem de Cristo e cultuam seus dons,

temo toda a pureza vendida nos gestos,

manifestos de paz de qualquer natureza...

Fujo a passos compridos de quem se apregoa

alma boa, sensível, de muitos carpidos;

nada quero da voz, do silêncio e trejeitos

dos perfeitos, ilesos, isentos de nós...

A distância maior dessa gente fingida

será curta, insentida, pedindo bem mais,

pois ninguém corresponde a tamanha fachada...

Quero gente mais torta, que seja normal,

de virtudes humanas sem placa na porta;

uma gente real, bem mais próxima ao chão...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 01/09/2007
Reeditado em 01/09/2007
Código do texto: T634073
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