APENAS HUMANOS
Tenho medo é dos bons, que se adoram por isto,
que se vestem de Cristo e cultuam seus dons,
temo toda a pureza vendida nos gestos,
manifestos de paz de qualquer natureza...
Fujo a passos compridos de quem se apregoa
alma boa, sensível, de muitos carpidos;
nada quero da voz, do silêncio e trejeitos
dos perfeitos, ilesos, isentos de nós...
A distância maior dessa gente fingida
será curta, insentida, pedindo bem mais,
pois ninguém corresponde a tamanha fachada...
Quero gente mais torta, que seja normal,
de virtudes humanas sem placa na porta;
uma gente real, bem mais próxima ao chão...