O teto das cousas
Não pule nuvens,
Não desarrume
O fim do dia,
Não mapeie a rota do
Indivíduo,
Não reme contra a imensidão.
Desame por inteiro,
Desgoste por segundos,
Desmachuque a palavra amor.
Uma estrada pode ter cinco mãos,
Dez destinos,
Porém, pra cada um —
Um caminho.
Não usure estrelas pra ti.
Se deslágrime sempre,
Se deschore,
Se desmaie por dentro
E mate o maldito pânico.
O interior
É esse animal fatídico.
Não pule sobre arco-íris,
Pule sobre a berma
De um caminho desabitado.
De quando em quando experimente
Abraçar árvore,
Deitar na terra úmida
Olhar o outro sem indesejar sê-lo.
Convide amigo para desfazer o dia.
Experimente desinventar a vida.
Prove o barro,
O teto de ser está no chão.
Apanhe!
Invente o dia do estranho
E abrace sem receio.
As vezes é preciso concordar
Com o desespero
E convidar a metáfora
Pra almoçar.
aBel gOnçalves