O teto das cousas

Não pule nuvens,

Não desarrume

O fim do dia,

Não mapeie a rota do

Indivíduo,

Não reme contra a imensidão.

Desame por inteiro,

Desgoste por segundos,

Desmachuque a palavra amor.

Uma estrada pode ter cinco mãos,

Dez destinos,

Porém, pra cada um —

Um caminho.

Não usure estrelas pra ti.

Se deslágrime sempre,

Se deschore,

Se desmaie por dentro

E mate o maldito pânico.

O interior

É esse animal fatídico.

Não pule sobre arco-íris,

Pule sobre a berma

De um caminho desabitado.

De quando em quando experimente

Abraçar árvore,

Deitar na terra úmida

Olhar o outro sem indesejar sê-lo.

Convide amigo para desfazer o dia.

Experimente desinventar a vida.

Prove o barro,

O teto de ser está no chão.

Apanhe!

Invente o dia do estranho

E abrace sem receio.

As vezes é preciso concordar

Com o desespero

E convidar a metáfora

Pra almoçar.

aBel gOnçalves

aBel gOnçalves
Enviado por aBel gOnçalves em 02/05/2018
Reeditado em 06/05/2018
Código do texto: T6325578
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