CURA DOENTE

Era bom me doar como quem morreria,

ter afeto insondável pra distribuir,

não temer as mentiras, nem as mais prováveis,

mesmo assim não mentir como frágil defesa...

Era ter um sentido que a vida perdeu,

uma dor que fazia o viver mais intenso,

fui mais meu nesse tempo em que fui tão de alguém

que bastava aos meus olhos e minha ilusão...

Mas o tempo me trouxe uma cura doente,

minha mente venceu as emoções do peito

e me deu equilíbrio pra me tornar frio...

Hoje tenho saudades de sentir doer

a saudade que outrora me fez mais humano;

remoer um amor, correspondido ou não...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 29/04/2018
Código do texto: T6322383
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