Monólogo Interior
Não, eu não creio mais.
Apenas faço parte do contexto
Onde muitos estão também.
Não, eu não quero saber
Dos significados restantes
Que infinitamente invadem
As memórias.
Não, não adianta olhar com
insistência
E tentar ver a criança.
Já não sou.
Não é evidente?
Por gestos, por lembranças
ou pela imagem real que
se mostra...
Não, há disfarces
Esta sou eu e é quase
O mesmo eu que esteve em berços
Caiu de árvores
Trocou carinhos escondidos...
O mesmo ser que gerou outro ser
Que se inundou de amor
Que incendiou a vida em lutas.
Não, eu não preciso mais
falar
O silêncio de quem é só
Fala por si.