O INFERNO É A COR DO DIABO
Tenho gostado de mim mais do que devia
D’outros também...
O Meu espelho sempre me trai
Esconde o que sou
Confunde o meu sim com o não!
Que tempo atroz...
Dias num inferno insuportável
Ininterruptos de dor!
Não sei mais onde busco algum refúgio
Se nas insólitas madrugadas
Ou nos lábios d’algum qualquer amor!
Abandonado cruzo todas as esquinas
Lúcido?
Quase nunca to
Perambulo entre pedras e nuvens...
Trago no alforje sempre o meu Lexotan
O meu pânico a luz do dia raia
Não desacostumo das desilusões!
Mil e uma vontades surtam
Sempre atordoado to
Quase nunca as rumino
Sobrevivo sufocando o meu pavor!
Acordo
Levanto
Deito
Durmo
Automatizo-me...
Eu robô!
Eta alma-penada sina!
Agourenta demais
Faz de mim uma coisa qualquer
A cada dia sou cada vez menos eu
Ao anoitecer não sei quem sou mais...
A cor do diabo me seduz!
Dia desses vou de vez atrás
Abandono o abandono
Vou embora d’uma vez só
Aqui...
Desisto de tudinho
Meu sofrimento
O meu espelho
Tudo...
Tudo isso que não me satisfaz!.