O INFERNO É A COR DO DIABO

Tenho gostado de mim mais do que devia

D’outros também...

O Meu espelho sempre me trai

Esconde o que sou

Confunde o meu sim com o não!

Que tempo atroz...

Dias num inferno insuportável

Ininterruptos de dor!

Não sei mais onde busco algum refúgio

Se nas insólitas madrugadas

Ou nos lábios d’algum qualquer amor!

Abandonado cruzo todas as esquinas

Lúcido?

Quase nunca to

Perambulo entre pedras e nuvens...

Trago no alforje sempre o meu Lexotan

O meu pânico a luz do dia raia

Não desacostumo das desilusões!

Mil e uma vontades surtam

Sempre atordoado to

Quase nunca as rumino

Sobrevivo sufocando o meu pavor!

Acordo

Levanto

Deito

Durmo

Automatizo-me...

Eu robô!

Eta alma-penada sina!

Agourenta demais

Faz de mim uma coisa qualquer

A cada dia sou cada vez menos eu

Ao anoitecer não sei quem sou mais...

A cor do diabo me seduz!

Dia desses vou de vez atrás

Abandono o abandono

Vou embora d’uma vez só

Aqui...

Desisto de tudinho

Meu sofrimento

O meu espelho

Tudo...

Tudo isso que não me satisfaz!.

GuimarãesCampos
Enviado por GuimarãesCampos em 14/04/2018
Código do texto: T6308013
Classificação de conteúdo: seguro