CONFRONTO
Inda que me falte,
que me desacate,
que me amarre,
que me imponha o calar,
que me impeça de rezar,
que ordene meu rimar,
inda assim,
não ditará meu fim.
A vida crescerá aberta,
abrindo as vagas do mar,
cantando dos sons os entantos.
Estarei de braços abertos,
planarei nas correntes de ar,
e, em seguida, descerei e flores colherei.
Lerei livros que já li,
chorarei uns versos tristes e também os exultantes!
Pisarei a terra grossa,
sobre a tenra grama dormirei.
Aqui , penso, pararei...
À beira do caminho,
à beira do abismo,
à beira do tudo,
à beira do nada,
a mim me bastará
um copo d’água:
abraço salvando cada mágoa.