CONFRONTO

Inda que me falte,

que me desacate,

que me amarre,

que me imponha o calar,

que me impeça de rezar,

que ordene meu rimar,

inda assim,

não ditará meu fim.

A vida crescerá aberta,

abrindo as vagas do mar,

cantando dos sons os entantos.

Estarei de braços abertos,

planarei nas correntes de ar,

e, em seguida, descerei e flores colherei.

Lerei livros que já li,

chorarei uns versos tristes e também os exultantes!

Pisarei a terra grossa,

sobre a tenra grama dormirei.

Aqui , penso, pararei...

À beira do caminho,

à beira do abismo,

à beira do tudo,

à beira do nada,

a mim me bastará

um copo d’água:

abraço salvando cada mágoa.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 14/03/2018
Reeditado em 17/05/2018
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