Monotonia
Os olhos secos abertos pra olhar sempre a mesma coisa
e fingir que acalma a mente achatada no oco do mundo
pois pulso sem o sentido de pulsar, respiro por órgãos telepáticos,
sou um robô, fascinado pelos deslizes irrelevantes da melodia
o esboço ou resquício da esperança em algo melhor do que já foi um dia
Não se rasteja para ver por cima aquilo que o autor contou
não se avança sem ficar de pé se não se aposta no que sonhou
E o que ganha da vida é resguardar,
sua casa, seu corpo, sua filha, seu homem, seu lar
Mas não ouse fazer a pergunta sem pensar
não ouse querer, saber, respirar
Adivinhe onde vamos chegar
sob qual perspectiva repetida nosso sonho infantil se renova
eu não sei em que lugar